“Estou atrás da minha zona de desconforto”. Esta frase é da primeira mulher desacompanhada a fazer o trajeto entre o Alaska e Ushuaia de bicicleta. Pelo caminho de Juli Hirata, esta é uma rota com mais de 35 mil quilômetros, com pistas congeladas e desertos escaldantes. Mas Juli é uma pessoa doce, que gosta de sorrir e observar coisas belas.
Tivemos esta conversa em um café aqui de Florianópolis, quando ela veio participar de evento da Amobici, ONG que faço parte. Falamos sobre assuntos como a importância de viver o presente, o papel que ela exerce ao motivar outras mulheres e sobre seus planos para o trecho da América do Sul. Isso e muito mais. Só peço paciência do ouvinte com o ruído da cafeteria, porque o conteúdo é de primeira!
Pra quem ouviu, a história completa do Ukulelê Azul.
Ele foi atirado de um carro, quando pai e filho brigavam, pois pais e filhos brigam.
O pai sentia um imenso orgulho e admiração pelo talento do filho com o ukulele azul. O filho sabendo disso, no auge da discussão, quando palavras não ferem mais, abriu o vidro do carro e atirou o amado instrumento pela janela.
Dias depois, após uma breve chuva, uma ciclista passando pela estrada viu o ukulele. Ela parou para beber agua e comer uma barrinha de cereal e por alguns minutos ficou admirando o instrumento.
Tão azul, tão bonito.
Ela pegou o objeto e arriscou dedilhar as cordas. Um som bonito saiu e a ciclista sorriu.
Ela então, prendeu o instrumento no alforge e decidiu que tentaria aprender a tocá-lo.
Na mesma noite com a ajuda de um aplicativo no celular ela arriscou as patéticas primas lições. Na “platéia” um garoto ouvia e ria do jeito desajeitado da ciclista.
Eles riram juntos e o garoto pediu para tentar.
Nas mãos pequenas do garoto o ukulele soltou o som bonito de novo.
Na manhã seguinte a ciclista seguiu na estrada sentido sul mas o ukulele ficou no banco na frente da casa do garoto…
Gostou deste podcast? Ouça também o da Ada Cordeiro e o do Palmieri, da Kampa.